DIREITO À VIDA: JUSTIÇA GARANTE TRATAMENTO DE CÃO COM LEISHMANIOSE EM VEZ DE EUTANÁSIA

Desde o final de 2016, único medicamento aprovado pelo MAPA é alternativa para animais com LVC que antes eram sacrificados

O cachorro Bolinha, de Pereira Barreto, interior de São Paulo, ganhou na Justiça o direito a viver. O animal foi diagnosticado com Leishmaniose Visceral Canina em 2016, quando o Centro de Controle de Zoonoses da cidade determinou que ele deveria ser sacrificado. Para não se afastar do pet, a família se recusou a entregar o animal e entrou na Justiça, ganhando a causa.

“É muito comum que famílias acabem escondendo seus animais de estimação com Leishmaniose para evitar o sacrifício. Muitos tutores e até mesmo veterinários ainda desconhecem o tratamento que pode garantir a vida dos animais diagnosticados”, explica o veterinário Ricardo Cabral.

Desde o final de 2016, o laboratório francês Virbac, que atua no Brasil há 30 anos, conseguiu aprovação junto aos Ministérios da Saúde e da Agricultura para venda do único medicamento aprovado no País para tratamento da LVC.

Assim como nos seres humanos, o cão tratado não elimina completamente a Leishmania do seu organismo. Isso ocorre basicamente pela capacidade do parasita em se esconder em algumas células e tecidos dos doentes. Apesar disso, o tratamento garante uma redução significativa da quantidade de parasitas e dos sintomas, que podem ser graves. “Isso aumenta a sobrevida e melhora significativamente e qualidade de vida dos cães infectados, além de impedir a transmissão da doença, pois o cão com baixa carga parasitária geralmente não apresenta parasitas na pele. Assim, o mosquito pica e não ingere o parasita, evitando a possibilidade de transmissão da doença”, explica o veterinário.

Por ser uma condição crônica, cães com diagnóstico de leishmaniose precisam ser reavaliados pelo resto da vida, inicialmente a cada quatro meses. A necessidade de repetir os ciclos de tratamento de 28 dias ou não, vai depender dos resultados dos exames realizados pelo médico veterinário.

Além do tratamento dos cães, outras medidas conjuntas são fundamentais para o controle da doença. A zoonose também acomete outros animais, como gatos, roedores e raposas. O combate ao flebótomo, popularmente conhecido como mosquito-palha, inseto responsável pela transmissão da doença, é a forma mais eficaz de controlar sua erradicação. É preciso também investir em ações como manter terrenos limpos e capinados, aparar gramados, retirar matéria orgânica dos ambientes, como folhas, troncos e frutos apodrecidos, embalar e descartar o lixo corretamente.

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Dr. Fábio Fidelis
Dr. Fábio Fidelis

Sou amante dos animais desde de criança, minha família tem um grande vinculo com os animais e tenho vários membros da família na profissão de médico veterinário inclusive o meu incrível pai (Dr. Eduardo Costa) o qual tenho extrema admiração! - Conclui o curso de Medicina Veterinária pela UFMG em 2011. - Pós graduação em ultrassonografia em 2012. - Pós graduação em clinica e cirurgia de pequenos animais em 2014. - Pós graduação em anestesiologia em 2014. - Pós graduação em ortopedia em 2014. - Pós graduação em Leishmaniose desde 2015. - Pós graduado em Dermatologia em 2017. - Autor do Livro: O Cão Não É O Vilão - Idealizador do Curso: Os Segredos Da Leishmaniose Canina - Hoje atuo como médico veterinário no Hospital Veterinário Cambuá em Bom Despacho (Minas Gerais) - http://hospitalveterinariocambua.com.br

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