A Leishmaniose é uma doença infecto contagiosa causada por um protozoário, conhecido como Leishmania, que é transmitido pela picada do mosquito flebótomo infectado, também conhecido como “mosquito palha” ou “birigui”. É considerada uma zoonose e pode acometer homens e cães. Nos cães ela é conhecida como Leishmaniose Visceral Canina.
A transmissão depende de um inseto (vetor) e de um hospedeiro, que funciona como um reservatório da doença. Vários mamíferos tem esse papel: caninos, felinos, roedores, marsupiais, primatas e até o homem. O cão domesticado é o reservatório mais importante devido à alta prevalência da doença, e também pela sua capacidade de infectar o “mosquito-palha”.
Não se pega Leishmaniose por contato com cães ou outros animais, mas pela picada do inseto que estiver infectado. É o inseto que transmite a doença de um animal para outro, inclusive para o homem. Proteger o cão é proteger toda a família.
Sinais da doença
É importante mencionar que a leishmaniose é uma doença com um período de incubação que oscila entre os 3 e os 18 meses, sendo assim é possível que o cachorro apesar de estar infectado não manifeste nenhum sintoma. Uma vez que a doença já se encontre em uma fase sintomática o cachorro manifesta os seguintes sintomas:
– Perda de pelo, especialmente nas patas e ao redor da cabeça.
– Perda de peso considerável, apesar de não perder o apetite (atrofia muscular)
– Feridas e descamação da pele que não cicatrizam, feridas nas pontas das orelhas e focinho e pelos quebradiços.
– Crescimento anormal das unhas.
– Aumento abdominal.
– Fraqueza, vômito, diarréia.
– Lesões oculares e falta de pelos ao redor dos olhos.
Em fases mais avançadas da doença podemos encontrar um conjunto de sintomas que revela um estágio de insuficiência renal, anemia e outras doenças imunes.
Diagnóstico
Para saber se um cão tem Leishmaniose, o médico veterinário é o profissional indicado para fazer o diagnóstico.
O diagnóstico definitivo é feito por análises de sangue, ou por pesquisa das Leishmanias na medula óssea, baço ou fígado do animal.
Tratamento
Clinicamente falando, a Leishmaniose é uma doença tratável e curável, no entanto, assim como ocorre na grande maioria das doenças causadas por protozoários, geralmente não há a cura parasitológica.
O tratamento não é proibido e pode ser sintomático, com medicamentos veterinários de uso oral, que podem ser manipulados em farmácias. O que é proibido no tratamento desta doença é o uso de medicamentos da linha humana, proibição que está sendo questionada.
O tratamento no cão infectado, com a vacinação e repelentes, podem levar à cura clínica e à cura epidemiológica.
O comprometimento total do dono do pet é fundamental no tratamento da leishmaniose em cachorros e, por isso, o médico veterinário deve informar bem os proprietários em relação a todos os aspectos desse processo, incluindo questões de serviços, medicações, custos e exames que deverão ser realizados no cão doente com uma frequência determinada, além do risco de manter um animal portador em seu domicílio já que se trata de uma zoonose.
O fato ainda gera bastante polêmica entre os protetores dos animais, já que, de acordo com as informações cedidas pelo Ministério da Saúde brasileiro, a eutanásia deve continuar sendo a principal forma de prevenção e controle da doença nas regiões mais afetadas do País.
Prevenção
– Mantenha o animal dentro de casa ao entardecer (entre 18h e 6h).
– Coloque telas nas janelas e no canil, espalhe vasos de citronela pelo quintal.
– Nunca leve o cão para áreas endêmicas (cidades onde já existe a doença) sem que ele esteja protegido.
– Limpe seu quintal. Recolha folhas, flores e frutos caídos e as fezes dos animais. Feche bem o seu lixo.
– Coloque repelente (coleira ou spray) no seu cão.
No Brasil, existe atualmente no mercado uma vacina contra a Leishmaniose Visceral Canina, que confere proteção superior a 78% e já protegeu mais de 70.000 cães em todo o país.